Esse fato eu preciso compartilhar.
Estava com um grupo de amigos em um barzinho aqui na minha cidade, Santos. Já era aproximadamente 3 horas da manhã. Estamos nos despedindo uns dos outros quando chega um morador de rua e fala que estava com fome e que a comida que estava no lixo estava estragada. Falei que não poderia ajudá-lo dando dinheiro, pois só estava com cartão de débito. Daí ele disse, “Pode ser, madame". Falei que não tinha como, mas que ele poderia ir até o bar onde estávamos e ver se conseguia alguma coisa, pois como já estavam fechando, poderiam ter algo que não seria usado no dia seguinte.
Achando que estava dando uma dica, o morador de rua vira e fala, "Não vou lá, não. Não quero me humilhar!". Fiquei parada, meio que em choque diante da situação. Daí falei de novo que não teria como ajudá-lo. Daí ele simplesmente vira e fala: Vou precisar esperar cinco anos até que aceite qualquer doação via cartão.
Pensando rapidamente em todos os acontecimentos descritos acima, falei para ele: "Espero vir aqui novamente daqui cinco anos e não ver você mais por aqui morando nas ruas.". Disse isso na mais pura boa intenção. Querendo apenas que ele mudasse de vida e procurasse algo de melhor para viver.
Instantaneamente, vi que o seu rosto era a mais pura frescura. Disse que tinha magoado seus sentimentos e que não precisava tê-lo humilhado daquele jeito. Posso ter me expressado mal, mas não queria vê-lo novamente na mesma vida de cinco anos atrás.
No caminho de volta, fiquei pensando nessa situação. E fiquei imaginando como é cômodo algumas situações. Correr atrás do que se quer e alcançar um grande objetivo, tudo isso demanda muito esforço e força de vontade. Não imagino o que este morador de rua tenha passado para chegar na vida em que se encontra agora. E muito menos quero julgá-lo pelo ocorrido.
A única coisa que penso agora e com certeza ficará na minha mente por dias será: Eu simplesmente me recuso a aceitar a vida como ela está! Recuso a infelicidade e a tristeza!
Vou é correr atrás do meu sonho!
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